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Olha teu jardim! Mas olha com atenção!!

  • Foto do escritor: Vanessa Schweitzer dos Santos
    Vanessa Schweitzer dos Santos
  • 4 de abr. de 2021
  • 4 min de leitura

Ficar em casa nunca foi um problema pra mim. Minha casa é um tipo de refúgio para correria cotidiana, onde me sinto em paz, faço as coisas que eu mais gosto e cultivo minhas plantas e bons sentimentos! O ano de 2021 iniciou cheio de boas expectativas, mas março trouxe com ele uma onda forte da pandemia de Covid-19 e nos obrigou a ficarmos em isolamento físico um pouco mais.

Assim como muitos conhecidos, aproveitei mais esse tempinho em teletrabalho para olhar pro meu jardim, fazer as manutenções necessárias e contemplar meu pequeno refúgio natural nas horas de descanso. Você já olhou seu jardim com atenção? Já reparou na quantidade de VIDA que existe nele? Vida real, vida natural, que nasce no tempo dela, onde as condições são favoráveis para seu desenvolvimento! Fiz esse texto para registrar um pouco dessa vida exuberante que toma conta do meu pequeno e tão amado jardim!!

Embora estejamos no início de abril, em pleno outono, as temperaturas mais altas e chuvas frequentes das últimas semanas ainda tornam o ambiente propício para essa explosão de vida. Logo depois as folhas começam a cair das árvores, os arbustos começam a secar e as temperaturas baixam e começam a diminuir o ritmo dos ciclos naturais. Algumas plantas ainda florescem nessa época, como a macela (Achyrocline satureioides) - Figura 1. Colhi elas depois de uma semana chuvosa, mas consegui aproveitar bastante as flores depois de deixar secando alguns dias no sol. O chá de macela tem propriedades bioativas, usado principalmente como auxiliar digestivo - sempre muito importante buscar informações confiáveis e seguras para o uso de plantas para essas finalidades. Eu costumo verificar essas informações em livros ou publicações científicas.


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Figura 1: macela colhida no meu jardim. Fonte: a autora.



Outras plantas que floresceram recentemente por aqui foram a hortelã, o açafrão e a três marias. O açafrão agora nos dias frios vai secar, todo, flores, folhas e o próprio caule, para então estar “pronto” para colheita das raízes. Sempre recolho as raízes deixando algumas no chão, assim ao final do inverno ele brota novamente e seu ciclo biológico recomeça. A três marias aqui em casa precisa de poda constante, pois o espaço que tenho é pequeno e ela costuma se “espalhar” muito. Floresce praticamente o ano todo.


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Figura 2: flores de hortelã, açafrão e três marias. Fonte: a autora.


Na correria cotidiana, algumas vezes, a gente não olha para o jardim e seus “cantinhos” com a atenção, ou com a curiosidade necessárias para perceber a sutileza dessas flores e a beleza dos ciclos naturais. Por exemplo, minha produção de couve foi drasticamente atacada (leia-se devorada!), por lagartas, em dois ou três dias. Bastaram algumas manhãs mais atarefadas e sem um olhar cuidadoso, e o que sobrou de um dos pés de couve está na Figura 3, que apresenta ainda um dos possíveis “meliantes”. Eu não fico chateada, porque entendo que são ciclos naturais, as lagartas precisam se alimentar, e a couve é muito mais atrativa que outras plantas do jardim. Como não coloco nenhum tipo de veneno, preciso conviver (e dividir) com elas…


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Figura 3: couve devorada e lagarta (bem) alimentada! Fonte: a autora.


Também observei nesse último mês de verão muitas, muitas borboletas por aqui! Adoro poder ter elas livres e pertinho de casa! Conviver com as lagartas faz parte do processo. Pude registrar algumas crisálidas, o casulo onde elas ficam durante seu processo de desenvolvimento. Infelizmente não tive a oportunidade, ainda, de registrar a saída delas na forma de borboleta. Na Figura 4 há o registro de algumas crisálidas em diferentes dias e de algumas borboletas já formadas. Tenho um carinho especial por elas, pois o meu nome, Vanessa, é o mesmo de um gênero de borboletas. E por toda transformação cíclica que elas vivem e representam!

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Figura 4: algumas crisálidas de borboletas em diferentes fases do desenvolvimento, e as

borboletas já formadas. Plantas com flores atraem esse grupo de insetos. Fonte: a autora.


Minha última descoberta foi nesse feriado de Páscoa, ao cortarmos a grama. Um olhar mais atencioso revelou uma crisálida linda, no arbusto de mirra. Bem camuflada pela coloração semelhante à das folhas secas, como pode ser visto na Figura 5. Vou tentar acompanhar o desenvolvimento dela para registrar “quem” sai dela.


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Figura 5: crisálida camuflada entre as folhas secas de mirra. Fonte: a autora.


Fechando os registros de observação livre ao meu querido jardim, colheita de batata doce! Sabem onde ela nasceu? Na minha composteira de chão. Tem um texto aqui no blog onde eu conto como faço a gestão dos resíduos na minha casa. Uso muito uma composteira de caixas/módulos, mas como descrito no texto anterior, resíduos de grande volume eu acabo colocando numa composteira de chão - tudo para não enviar à coleta convencional. Alguns meses atrás observei que dessa composteira de chão saíam folhas/ramos de batata doce, olhando mais de perto percebi que nasceram de umas cascas que eu havia colocado lá e brotaram. Deixei para ver o que ia acontecer - Figura 6. Foi meu “doce presente” da natureza!!


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Figura 6 - batatas doce colhidas da minha composteira - nasceram dos brotos das cascas lá colocadas. Fonte: a autora.


Nesses tempos tão difíceis, em todos os sentidos, observar, sentir e estar na natureza tem sido revigorante! Que tal aproveitar esse tempinho a mais que precisamos ficar em casa, pra cuidar da gente, dos nossos e dos outros, para observar atentamente nosso jardim? Quanta VIDA existe nele! Ciclos naturais que se renovam a cada dia, com o passar das estações e nos lembram que a vida é o mais importante! Toda vida!

 
 
 

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