O individual e o coletivo diante dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
- Vanessa Schweitzer dos Santos
- 14 de jan. de 2022
- 5 min de leitura
Atualizado: 19 de jan. de 2022
O termo “desenvolvimento sustentável” teve sua origem no relatório “Nosso Futuro Comum” (Relatório Brundtland), publicado em 1987. Embora os conceitos de sustentabilidade associados a ele não fossem uma novidade, pois já estavam em pauta desde que o movimento ambientalista se intensificou, nas décadas de 1960 e 1970, até o momento não havia um nome ou termo definitivo para as propostas. A partir da I Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Dentro do Programa, a Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento organizou o Relatório Brundtland, que definiu o “desenvolvimento sustentável” como aquele que “atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.
Embora essa definição tenha sido utilizada desde então, inclusive trazendo tanto no Relatório quanto no próprio conceito a inclusão dos aspectos sociais e econômicos da sustentabilidade, nas últimas décadas a concepção de desenvolvimento sustentável vem sendo atualizada e aprofundada. Percebe-se que essas iniciativas são mais abrangentes, complexas e deixam claro que a tão sonhada sustentabilidade envolve toda dimensão humana sobre o planeta Terra (e seus diversos aspectos biológicos). O objetivo do presente texto é apresentar um breve histórico da estruturação dos conceitos de “desenvolvimento sustentável” até os dias atuais, mostrando também as metas em vigência atualmente, em âmbito internacional, para o alcance do mesmo.
Diante do conceito apresentado no Relatório Brundtland, as propostas de sustentabilidade baseavam-se, nas décadas seguintes, em três pilares básicos: os aspectos ambientais (conservando os ecossistemas naturais e fazendo uso racional do meio ambiente como um todo e seus recursos naturais.), o viés econômico (permitindo atividades produtivas rentáveis, interessadas mais com a qualidade de vida do que na quantidade produzida, consolidando-se ao longo do tempo) e a base social (realizando atividades e processos de desenvolvimento compatíveis com os valores e expectativas sociais e permitindo um consenso entre os componentes desta sociedade na tomada de decisões).
Melo (2006) faz uma análise deste primeiro conceito para o desenvolvimento sustentável, ponderando a complexidade da questão, quando considerado o âmbito global. Para o autor a temática não pode ser analisada de maneira simplista, "uma vez que a problemática ambiental não é somente uma questão quantitativa 'objetiva', mas também qualitativa: nessa complexidade de relações estabelecidas entre sociedade e natureza, o homem está inserido com seus sonhos, desejos e fetiches, sendo ele também natureza". A educação, conforme o autor, destaca-se como facilitadora da compreensão destes conceito de sustentabilidade pela sociedade contemporânea.
Ainda em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, no Brasil, construiu-se a Agenda 21, um documento assinado pelos países e entidades participantes do encontro, onde diversas ações objetivavam uma nova maneira de se desenvolver, de forma sustentável. No ano 2000, durante a Cúpula do Milênio das Nações Unidas, foram estabelecidos os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), em âmbito internacional, expostos na Figura 1:

Figura 1: Os 8 Objetivos do Milênio. Fonte: http://www.odmbrasil.gov.br/os-objetivos-de-desenvolvimento-do-milenio
Já a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2012 também no Rio de Janeiro, teve como documento final a Agenda 2030 “Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, composta por 169 metas a serem alcançadas pelos países até esta mesma dada, divididos em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Esta Agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade. Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável” (NAÇÕES UNIDAS, 2022). Na Figura 2 são apresentados os ODS:

Figura 2: Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Fonte: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/
Para conferir cada uma das 169 metas propostas nos ODS, vale a pena explorar o site das Nações Unidas Brasil, clicando em cada um deles. Nem todos os objetivos têm o mesmo número de metas. As Figuras 3, 4 e 5 são de Silva; De Benedicto e Mastrodi Neto (2021) e trazem a descrição completa de cada um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.



Figuras 3, 4 e 5: Descrição dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Fonte: SILVA; DE BENEDICTO; MASTRODI NETO, 2021, p.4/5.
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