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Então é Natal, e o que você fez? Celebrei gerando o mínimo possível de impacto

  • Foto do escritor: Vanessa Schweitzer dos Santos
    Vanessa Schweitzer dos Santos
  • 31 de dez. de 2023
  • 3 min de leitura

As festas de final de ano são uma ótima oportunidade de celebrar junto das pessoas que amamos, analisar o ciclo que se encerra e planejar o próximo período civil de 365 dias. Para quem trabalha com educação, invariavelmente também é um momento em que já se vislumbra as férias e o merecido descanso. Mas antes disso, as comemorações costumam ser eventos onde produzimos muitos impactos e resíduos! É importante estar atento para que essas celebrações impactem o menos possível o ambiente e os recursos naturais!

Esse ano, retornando à sala de aula na EMEB Jorge Ewaldo Koch, optei por marcar o final de ano e especialmente o Natal, do modo menos impactante possível. Tenho as minhas convicções pessoais e meus valores, os quais, na minha casa, orientam o modo (e o porquê) celebro o final de ano. Mas na escola, com a educação básica, compreendo que é importante resgatar algumas tradições, e, por meio delas, promover uma reflexão crítica a respeito do nosso consumo, da geração de impactos socioambientais, e do verdadeiro valor das trocas que podemos fazer com aqueles que convivem conosco diariamente.

Para a Sala de Ciências, optamos por montar uma decoração natalina sustentável. Recolhemos galhos secos que caem naturalmente da araucária que temos na escola. Acho muito simbólico termos uma árvore conífera (da família dos pinheiros) que ocorre naturalmente na região sul, no nosso pátio. Ao longo do ano estudamos muitos aspectos relacionados a ela, com as diferentes turmas: as partes e a diversidade das plantas, os efeitos sazonais sobre os seres vivos, a dinâmica ecológica, entre outros.


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Figura 1: galhos de araucária serviram de base para a árvore natalina.

Como suporte para nossa árvore natalina, cortamos e pintamos uma garrafa pet de água mineral de 5 litros. Esse “vaso” pode ser usado posteriormente para guardarmos materiais diversos, ou para outras finalidades. Para deixar esse vaso pesado e manter a árvore natalina em pé, colocamos algumas pedras. Uma das nossas composteiras de caixas foi usada como mesa para o pinheirinho. Deixamos apenas uma composteira cheia para as férias, na área externa da sala. 

Não queríamos comprar enfeites de Natal, e eu particularmente não tenho muitos em casa, pois na verdade não montamos árvore natalina por aqui. Solicitei então que cada um dos estudantes do Clube de Ciências trouxesse, como empréstimo, um ou mais enfeites para nosso pinheiro. A solicitação foi feita também diretamente para os familiares e responsáveis pelas crianças.

O Clube de Ciências é um grupo formado por estudantes do quarto e quinto ano, que no contraturno regular reúne-se semanalmente para trabalhar questões científicas e de sustentabilidade, com foco no aspecto local. Foi uma experiência incrível e muito valiosa ensinar e aprender com eles ao longo de 2023! Eles trouxeram bolas coloridas e luzes para nossa árvore!


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Figura 2: pinheiro de Natal montado com empréstimo de enfeites das crianças envolvidas.

Refletimos bastante a respeito do consumismo, que fica mais evidente na época das festas de final de ano. Conversamos sobre a importância de celebrar, sim, mas de também ponderar o QUÊ, o QUANTO e COMO consumimos. Para fechar as atividades do ano letivo, também ponderamos o quanto foram valiosas nossas trocas e aprendizagens!


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Figura 3: construção coletiva do Clube de Ciências.

Pedi que algumas crianças escrevessem no quadro uma palavra que simbolizasse as aprendizagens e experiências que tiveram em 2023, no Clube de Ciências. “Maravilhoso”, “amizades”, “trabalho em grupo” e “alegria” foram alguns dos registros!


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Figura 4: as aprendizagens do ano em uma palavra.

Trabalhamos muito na horta da escola, ao longo de todo o ano. Cultivamos, entre outras coisas, algumas ervas aromáticas. Nos meses de novembro e dezembro exploramos algumas propriedades da alfavaca cravo, um pequeno arbusto super cheiroso. Aprendemos técnicas de secagem à sombra, para conservar o aroma e as propriedades da planta. Colhemos alguns galhos e realizamos a secagem da alfavaca cravo, com os quais fizemos pequenos saquinhos para nos presentear no último encontro do ano! Ressaltando a importância do conhecimento científico, registramos informações técnicas e botânicas a respeito da erva aromática, que colocamos juntamente com os saquinhos de presente.


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Figuras 5, 6 e 7: alfavaca cravo secando à sombra e pacotes de presente com informações botânicas.

Foi uma experiência muito positiva! Não é preciso comprar TUDO para celebrar o Natal e o novo ano! A educação ambiental se mostra efetiva quando promove a experimentação de boas práticas de consumo, que impactam menos o ambiente e a sociedade. Se é possível fazer na escola, pode-se adaptar a outros espaços também, inclusive o doméstico. Um espaço educador sustentável desenvolve o pensamento crítico, permite a reflexão individual e demonstra a viabilidade de escolhas melhores!


 
 
 

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